A importância do manejo correto na transferência de colônias
A criação de abelhas sem ferrão vem ganhando cada vez mais espaço entre os amantes da meliponicultura, tanto por sua importância ecológica quanto pela produção de mel e pelo prazer de observar essas incríveis polinizadoras. No entanto, para garantir a saúde e o desenvolvimento das colônias, é essencial realizar manejos adequados, especialmente quando surge a necessidade de transferi-las para uma nova caixa.
A transferência de uma colônia de abelhas sem ferrão é um procedimento delicado e exige planejamento, paciência e técnicas corretas para minimizar o estresse da colônia e garantir que a rainha e as operárias se adaptem rapidamente ao novo ambiente. Um erro nesse processo pode comprometer a estrutura da colmeia, resultando em fuga das abelhas, perda da rainha ou até mesmo no colapso da colônia.
Motivos para a transferência
A necessidade de transferência de uma colônia pode surgir por diversos motivos, incluindo:
✅ Caixa danificada: Com o tempo, caixas de madeira podem sofrer desgaste, apodrecimento ou ataques de pragas, exigindo a troca para garantir a segurança da colônia.
✅ Divisão da colônia: Quando uma colônia está forte e saudável, a divisão pode ser uma estratégia para multiplicação, permitindo que um novo enxame seja estabelecido.
✅ Otimização do espaço: Algumas caixas podem se tornar pequenas para colônias em crescimento, tornando necessário um espaço maior para evitar superpopulação e permitir melhor desenvolvimento.
✅ Captura de enxames silvestres: Quando um enxame é encontrado em ocos de árvores, muros ou outros locais inadequados, a transferência para uma caixa racional é essencial para seu manejo adequado.
✅ Mudança de localização: Se houver necessidade de deslocar a colmeia para um novo local, pode ser mais seguro fazer a transferência para uma nova caixa, garantindo melhor fixação e adaptação das abelhas.
Este artigo tem como objetivo apresentar um passo a passo seguro e eficiente para a transferência de uma colônia de abelha sem ferrão para uma nova caixa. Você aprenderá desde a preparação do material e a escolha da melhor caixa até os cuidados pós-transferência para garantir que as abelhas se adaptem sem problemas.
Quando e Por Que Transferir uma Colônia?
Situações que exigem a troca de caixa
Entre os principais motivos estão:
✅ Caixa antiga ou danificada – Com o tempo, caixas de madeira podem sofrer desgaste natural, rachaduras, infiltração de umidade ou ataques de pragas, como cupins e formigas. Se a estrutura da caixa estiver comprometida, a colônia pode ficar vulnerável, exigindo a transferência para um ambiente mais seguro.
✅ Divisão da colônia para multiplicação – Quando uma colônia atinge um tamanho populacional elevado, é possível dividir a colmeia para formar uma nova colônia. Esse processo, chamado de multiplicação, é uma estratégia comum na meliponicultura para expandir o número de colônias e fortalecer a criação.
✅ Caixa inadequada para o crescimento da colônia – Algumas caixas podem se tornar pequenas para colônias em rápido desenvolvimento. A falta de espaço pode resultar em superlotação e redução da produção de mel e pólen. Nesses casos, a transferência para uma caixa maior é necessária para garantir que as abelhas tenham espaço suficiente para crescer.
✅ Captura de enxames silvestres – Em alguns casos, enxames de abelhas sem ferrão são encontrados em locais inadequados, como ocos de árvores, muros e estruturas urbanas. Para garantir a sobrevivência do enxame e facilitar seu manejo, a transferência para uma caixa racional é a melhor alternativa.
✅ Mudança de localização – Caso o criador precise mudar a colônia de local, pode ser necessário transferi-la para uma nova caixa, especialmente se a antiga não estiver em boas condições para o transporte.
Melhor época do ano para realizar a transferência
A escolha da época correta para transferir uma colônia de abelha sem ferrão faz toda a diferença para o sucesso do procedimento. A transferência deve ser feita em períodos favoráveis ao desenvolvimento das abelhas, evitando momentos de escassez de alimento ou condições climáticas adversas.
🔹 Época ideal: Primavera e início do verão são os melhores períodos para a transferência, pois há maior disponibilidade de flores e recursos naturais, ajudando a colônia a se recuperar rapidamente após a mudança.
🔹 Época a evitar: Outono e inverno são períodos de menor oferta de alimento e temperaturas mais baixas, o que pode dificultar a adaptação da colônia e aumentar o risco de perdas.
Se for inevitável fazer a transferência durante uma época menos favorável, é importante oferecer alimentação suplementar e garantir um ambiente protegido para reduzir o impacto na colônia.
Sinais de que a colônia precisa de um novo espaço
Nem sempre é fácil determinar o momento certo para transferir uma colônia. No entanto, alguns sinais podem indicar que a colmeia está precisando de uma nova caixa:
🔸 Potes de mel e pólen muito próximos à entrada da colmeia – Quando os potes de alimento começam a ocupar áreas próximas à entrada, pode ser um indicativo de que o espaço interno está ficando pequeno.
🔸 Falta de espaço para novos discos de cria – Se os discos de cria estiverem muito compactados e não houver espaço para a rainha continuar a postura, a colônia pode estar superlotada.
🔸 Comportamento agitado das operárias – Se as abelhas estiverem constantemente saindo da caixa e demonstrando inquietação, pode ser um sinal de que o espaço interno está insuficiente.
🔸 Abelhas construindo estruturas fora da caixa – Em alguns casos, as abelhas começam a construir potes de alimento ou até mesmo discos de cria no lado externo da colmeia, indicando que a caixa atual já não comporta o crescimento da colônia.
🔸 Enfraquecimento da estrutura da caixa – Se a caixa apresentar rachaduras, mofo ou sinais de infestação por pragas, é essencial fazer a transferência para evitar que a colônia seja prejudicada.
Escolhendo a Nova Caixa
A escolha da caixa ideal para abelhas sem ferrão é um fator essencial para o sucesso da colônia após a transferência. O modelo correto pode influenciar diretamente na adaptação das abelhas, na produtividade e no manejo facilitado pelo criador. Antes de iniciar o processo de transferência, é fundamental conhecer os diferentes tipos de caixas disponíveis, suas características e como prepará-las adequadamente.
Tipos de caixas disponíveis
Existem diversos modelos de caixas para a criação de abelhas sem ferrão, e a escolha depende do tipo de espécie criada, do manejo desejado e das condições climáticas da região. Entre os modelos mais utilizados, destacam-se:
📦 Caixa Racional
✔ Modelo mais utilizado na meliponicultura moderna.
✔ Facilita o manejo e a inspeção da colmeia.
✔ Possui módulos que permitem a divisão da colônia sem estresse excessivo.
✔ Indicado para diversas espécies de abelhas sem ferrão.
📦 Caixa INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)
✔ Desenvolvida para favorecer o crescimento da colônia.
✔ Possui um sistema modular com compartimentos para discos de cria e potes de alimento.
✔ Proporciona um melhor controle térmico e facilita a multiplicação das colônias.
✔ Muito utilizada para espécies como jataí e mandaçaia.
📦 Caixa Nordestina
✔ Tradicionalmente usada na região Nordeste do Brasil.
✔ Feita com madeira de alta resistência para suportar altas temperaturas.
✔ Design compacto e eficiente para espécies como a uruçu nordestina.
📦 Caixa Paulista
✔ Similar à INPA, porém adaptada para espécies como mandaçaia e mirim.
✔ Possui sistema modular e bom controle térmico.
Cada modelo apresenta vantagens específicas dependendo da espécie criada e do objetivo do meliponicultor. O ideal é escolher um modelo que facilite a inspeção e o manejo, ao mesmo tempo em que proporciona um ambiente confortável para as abelhas.
Características ideais da nova caixa
Independentemente do modelo escolhido, algumas características são fundamentais para garantir uma boa adaptação da colônia:
✅ Ventilação adequada – A caixa deve ter aberturas estratégicas para permitir a circulação de ar sem comprometer a segurança da colmeia. Algumas caixas possuem telas ou pequenos orifícios que ajudam a manter um ambiente equilibrado.
✅ Tamanho adequado para a espécie – Algumas espécies de abelhas sem ferrão necessitam de caixas maiores, enquanto outras preferem espaços menores e mais aconchegantes. Escolher o tamanho correto evita problemas como superlotação ou dificuldade de adaptação.
✅ Material seguro e resistente – A madeira é o material mais utilizado, mas deve ser tratada para resistir a intempéries e evitar ataques de pragas. Madeiras como pinho, cedro e eucalipto são comuns na fabricação de caixas.
✅ Isolamento térmico eficiente – O controle da temperatura dentro da colmeia é essencial para a sobrevivência das abelhas. Caixas com paredes duplas ou coberturas térmicas ajudam a manter a temperatura interna estável.
✅ Facilidade de manejo – Caixas com módulos removíveis permitem uma inspeção mais prática da colônia, facilitando a multiplicação e o monitoramento do desenvolvimento das abelhas.
Preparação da caixa antes da transferência:
🔹 Higienização da caixa – Caso a caixa seja nova, é recomendável limpá-la com um pano seco para remover resíduos de poeira ou serragem. Se for reutilizada, deve passar por uma desinfecção com própolis diluído ou calor seco para evitar contaminações.
🔹 Impermeabilização da madeira – Aplicar uma camada de cera de abelha ou óleo vegetal pode ajudar a proteger a madeira da umidade e prolongar a vida útil da caixa. Evite produtos químicos que possam ser prejudiciais às abelhas.
🔹 Posicionamento estratégico – Antes de introduzir as abelhas, a nova caixa deve ser colocada em um local protegido do sol direto e de ventos fortes, garantindo um ambiente mais estável para a colônia.
🔹 Adição de material atrativo – Para facilitar a aceitação da nova morada, pode-se introduzir cera ou própolis da colônia antiga dentro da caixa. Isso ajuda a criar um ambiente mais familiar para as abelhas, reduzindo o estresse da mudança.
🔹 Verificação da entrada e saída – O orifício de entrada da caixa deve estar posicionado corretamente, garantindo que as abelhas consigam se orientar com facilidade no novo espaço.
Passo a Passo da Transferência
Preparação para a Transferência
Antes de iniciar a transferência, é fundamental preparar os materiais necessários, escolher um local adequado e adotar medidas para minimizar o estresse das abelhas.
Materiais necessários:
✔ Fumigador (opcional): ajuda a acalmar as abelhas, mas deve ser usado com muito cuidado e apenas se necessário.
✔ Espátula ou faca sem ponta: facilita a separação dos discos de cria e potes de alimento sem danificá-los.
✔ Luvas e roupa de proteção: evitam o contato direto com as abelhas e garantem maior segurança para o criador.
✔ Pincel macio ou pinça: para mover as abelhas sem machucá-las.
✔ Cera ou própolis da colônia: auxilia na fixação dos discos e na adaptação das abelhas à nova caixa.
Escolha do local adequado:
– O procedimento deve ser realizado em um ambiente calmo e sem interferências externas. Evite locais com vento forte ou exposição direta ao sol intenso.
– Prefira horários mais frescos do dia, como início da manhã ou fim da tarde, para evitar o superaquecimento da colmeia.
– Se possível, realize a transferência próximo ao local original da colônia, para facilitar a orientação das abelhas após o processo.
Cuidados para minimizar o estresse das abelhas:
– Manuseie a colmeia com delicadeza e evite movimentos bruscos.
– Evite ruídos excessivos e vibrações na caixa, pois isso pode assustar as abelhas.
– Nunca realize a transferência em dias chuvosos ou frios, pois isso pode impactar negativamente a colônia.
Abrindo a Caixa Antiga com Cuidado
A abertura da caixa deve ser feita com atenção para não prejudicar as estruturas internas da colônia.
Identificação das estruturas internas:
🔹 Discos de cria: onde as larvas se desenvolvem; geralmente estão no centro da colmeia.
🔹 Potes de mel e pólen: reservatórios de alimento das abelhas, normalmente localizados nas laterais da colmeia.
🔹 Entrada da colônia: pode estar selada com própolis ou barro; deve ser mantida funcional na nova caixa.
Como evitar danos à colônia durante a abertura:
✅ Abra a caixa com movimentos suaves e progressivos, utilizando uma espátula para soltar as partes coladas com própolis.
✅ Evite quebrar os potes de mel e pólen, pois vazamentos podem atrair formigas e prejudicar a organização da colônia.
✅ Caso os discos de cria estejam presos na caixa antiga, solte-os lentamente para evitar rompimentos.
Se a caixa antiga for muito rígida ou difícil de abrir, tenha paciência e faça o processo com calma para não comprometer a integridade da colônia.
Transferindo os Discos de Cria e os Potes de Mel e Pólen
Agora que a colônia foi exposta, é hora de transferir suas estruturas para a nova caixa.
Como realocar os discos de cria corretamente:
✅ Os discos de cria devem ser mantidos na mesma posição original dentro da nova caixa. Isso facilita a adaptação das abelhas e mantém a organização interna da colônia.
✅ Se necessário, utilize cera ou própolis para ajudar na fixação dos discos na nova caixa.
✅ Evite tocar diretamente nas crias, pois elas são sensíveis e podem ser danificadas facilmente.
Organização dos potes de alimento na nova caixa:
– Os potes de mel e pólen devem ser transferidos com cuidado, mantendo-os próximos ao local onde estavam na caixa antiga.
– Caso alguns potes tenham sido quebrados durante o processo, remova os restos para evitar fermentação e atração de insetos invasores.
– Se houver falta de alimento, pode-se oferecer um pequeno suplemento de mel da própria colônia ou xarope natural.
– Uso de cera ou própolis para ajudar na fixação: a fixação correta dos discos e potes evita que eles desabem com o movimento das abelhas.
Pequenas quantidades de cera ou própolis da própria colônia podem ser utilizadas para aderir as estruturas ao fundo e laterais da nova caixa.
Fechamento e Adaptação da Nova Caixa
Após a transferência das estruturas internas, é hora de garantir que a colônia se estabilize no novo ambiente.
Como garantir que a rainha e as operárias permaneçam na nova caixa:
✅ Certifique-se de que a rainha foi transferida corretamente. Sem ela, a colônia pode entrar em colapso.
✅ As operárias naturalmente seguirão a rainha, então evite perturbar a colmeia após a transferência.
✅ Caso algumas abelhas fiquem na caixa antiga, posicione a nova caixa no mesmo local para que elas encontrem a nova entrada.
Ajuste da entrada e saídas para facilitar a orientação das abelhas:
– A entrada da nova caixa deve ser semelhante à anterior, para que as abelhas consigam se localizar rapidamente.
– Nos primeiros dias, evite movimentar a caixa para que as operárias memorizem a nova localização.
Se necessário, coloque pequenos galhos ou folhas perto da entrada, criando uma referência visual para as abelhas.
Deixar a caixa fechada por algumas horas ou dias?
Algumas espécies se adaptam melhor quando a nova caixa fica fechada por algumas horas após a transferência, permitindo que as abelhas reorganizem a colônia internamente.
Se a espécie for mais sensível ao estresse, pode-se fechar a caixa por até 24 horas, abrindo-a gradualmente para evitar fuga desnecessária das abelhas.
No entanto, nunca mantenha a caixa completamente fechada por muito tempo, pois a falta de ventilação pode prejudicar a colônia.
Cuidados Pós-Transferência
Após realizar a transferência da colônia para a nova caixa, o trabalho do meliponicultor ainda não terminou. O período pós-transferência é crucial para garantir que a colônia se adapte bem ao novo ambiente e continue se desenvolvendo de forma saudável. Monitorar a aceitação da nova caixa, fornecer alimentação suplementar quando necessário e identificar sinais de adaptação são passos fundamentais para o sucesso desse processo.
Monitoramento da aceitação da nova caixa
A aceitação da nova caixa pode levar algumas horas ou dias, dependendo da espécie de abelha sem ferrão e da forma como a transferência foi realizada. Para garantir que a colônia permaneça no novo ambiente, é importante observar alguns pontos:
✅ Verificar o comportamento das operárias: nos primeiros dias, as abelhas devem começar a sair e entrar na nova caixa naturalmente. Se houver muita agitação ou tentativa de fuga, pode ser um indicativo de que algo não está certo.
✅ Observar a entrada da colmeia: se as abelhas estão explorando os arredores e reconhecendo o novo ambiente, isso é um sinal positivo. Caso fiquem desorientadas ou abandonem a caixa, pode ser necessário intervir.
✅ Checar a presença da rainha: sem a rainha, a colônia pode entrar em colapso. Se houver sinais de inquietação entre as operárias, investigações adicionais devem ser feitas para garantir que a rainha foi corretamente transferida.
✅ Evitar movimentações bruscas: mudanças frequentes de posição da nova caixa podem confundir as abelhas. Mantenha a caixa no mesmo local por pelo menos uma semana para facilitar a adaptação.
✅ Observar a reconstrução interna: as abelhas devem retomar a construção dos potes de alimento e fortalecer a estrutura da colmeia. Caso essa reconstrução esteja muito lenta ou inexistente após alguns dias, pode haver um problema na adaptação.
Se perceber que a colônia está demorando a aceitar a nova caixa, é possível adicionar um pouco de própolis da colônia antiga na nova estrutura para torná-la mais familiar às abelhas.
Alimentação suplementar: quando e como oferecer
Dependendo da época do ano e da disponibilidade de alimentos na natureza, pode ser necessário oferecer suplementação alimentar para ajudar a colônia a se estabelecer na nova caixa. No entanto, a alimentação artificial deve ser feita com cautela para não tornar a colônia dependente.
Quando oferecer alimentação suplementar?
🔸 Se os potes de mel e pólen foram danificados durante a transferência.
🔸 Em períodos de escassez de floradas, como outono e inverno.
🔸 Se a colônia demonstrar sinais de fraqueza ou dificuldade na reconstrução dos potes de alimento.
🔸 Se houver baixa atividade de forrageamento nos primeiros dias após a transferência.
Como oferecer a alimentação corretamente?
✅ Xarope energético: misture 1 parte de açúcar demerara ou orgânico com 2 partes de água morna (não fervente). Ofereça pequenas quantidades próximas à entrada da colmeia.
✅ Mel da própria colônia: se possível, reaproveite mel retirado da caixa antiga para evitar o risco de contaminação por doenças.
✅ Alimento proteico: em casos extremos de falta de pólen, pode-se oferecer uma pequena porção de mistura de pólen seco e mel.
⚠ Evite o uso de mel industrializado ou açúcar refinado, pois podem conter substâncias prejudiciais às abelhas. Além disso, a suplementação deve ser temporária, apenas até que a colônia se estabilize e retome a coleta natural de alimentos.
Sinais de sucesso ou problemas na adaptação
Acompanhar a evolução da colônia após a transferência é essencial para identificar se o processo foi bem-sucedido ou se há problemas que precisam ser corrigidos.
Sinais de sucesso na adaptação:
✔ As abelhas exploram o ambiente e retomam a atividade de forrageamento.
✔ A rainha continua ativa e a postura dos ovos é retomada.
✔ Os potes de alimento começam a ser reconstruídos.
✔ O comportamento das abelhas é calmo, sem sinais de agitação excessiva.
Sinais de problemas na adaptação:
❌ As abelhas estão desorientadas e não conseguem localizar a entrada da nova caixa.
❌ Baixa atividade dentro e fora da colmeia, indicando possível rejeição da nova caixa.
❌ Presença de muitas abelhas mortas na entrada da colmeia.
❌ Fuga da colônia para outra caixa ou tentativa de retorno ao local original da caixa antiga.
❌ Ausência de postura de ovos por vários dias, indicando possível perda da rainha.
Se a colônia não estiver se adaptando bem, algumas medidas podem ser tomadas:
– Verificar se a rainha está presente e saudável. Caso tenha sido perdida, a colônia pode precisar de uma nova rainha.
– Reavaliar o local onde a caixa foi posicionada. Às vezes, um simples ajuste no posicionamento pode melhorar a aceitação.
– Reforçar a entrada da caixa com própolis da colônia antiga. Isso pode ajudar as abelhas a se sentirem mais confortáveis.
– Caso necessário, realizar uma nova transferência para outra caixa. Se houver rejeição completa da nova caixa, pode ser necessário tentar outra abordagem.
Erros Comuns e Como Evitá-los
Transferência realizada em horários ou condições climáticas inadequadas
A escolha do momento certo para transferir uma colônia é crucial para o sucesso do processo. Muitas falhas ocorrem quando o manejo é feito sob condições climáticas adversas ou em horários inapropriados.
🔴 Erros comuns:
❌ Realizar a transferência em dias chuvosos ou frios, o que pode deixar as abelhas mais vulneráveis.
❌ Fazer o procedimento sob sol forte, o que pode desidratar os discos de cria e aumentar o estresse das operárias.
❌ Transferir a colônia à noite, dificultando a orientação das abelhas.
✅ Como evitar:
✔ O melhor período para realizar a transferência é pela manhã ou no final da tarde, quando a temperatura está mais amena e há menor movimentação das abelhas.
✔ Escolher dias secos e quentes, porém sem calor excessivo, garantindo melhores condições para a adaptação da colônia.
✔ Evitar movimentar a caixa durante a chuva ou em locais expostos a ventos fortes.
Uso de caixas inapropriadas ou sem vedação correta
🔴 Erros comuns:
❌ Usar caixas muito grandes ou muito pequenas para a espécie de abelha.
❌ Escolher caixas sem ventilação adequada, o que pode gerar condensação e mofo.
❌ Deixar frestas ou espaços abertos que permitam a entrada de formigas e outras pragas.
❌ Reutilizar caixas sem higienização, o que pode causar contaminação por fungos e bactérias.
✅ Como evitar:
✔ Optar por caixas compatíveis com a espécie de abelha criada, garantindo um ambiente adequado para o crescimento da colônia.
✔ Verificar a vedação da caixa, garantindo que não existam frestas que possam comprometer a segurança das abelhas.
✔ Realizar uma higienização prévia na caixa, especialmente se for reutilizada, eliminando qualquer vestígio de pragas ou resíduos de cera antiga.
✔ Aplicar própolis da colônia original na nova caixa para torná-la mais familiar e facilitar a aceitação.
Perda da rainha no processo de transferência
🔴 Erros comuns:
❌ Não localizar a rainha antes de iniciar a transferência.
❌ Acidentalmente danificar ou matar a rainha durante o manuseio dos discos de cria.
❌ Deixar a rainha na caixa antiga sem perceber.
✅ Como evitar:
✔ Identificar a rainha antes de iniciar a transferência, garantindo que ela seja movida para a nova caixa com segurança.
✔ Manusear os discos de cria com extrema delicadeza, evitando movimentos bruscos que possam ferir ou matar a rainha.
✔ Verificar cuidadosamente a caixa antiga após a transferência para garantir que a rainha não foi deixada para trás.
Caso a rainha seja perdida, a colônia pode tentar criar uma nova rainha a partir dos ovos existentes. No entanto, esse processo nem sempre é bem-sucedido, e a colônia pode enfraquecer significativamente.
Estresse excessivo na colônia
O estresse pode comprometer a organização da colmeia e aumentar o risco de abandono da nova caixa. Se as abelhas ficarem muito agitadas, podem parar de trabalhar nos discos de cria e potes de alimento, prejudicando a sobrevivência da colônia.
🔴 Erros comuns:
❌ Manusear as abelhas de forma brusca, sacudindo ou batendo na caixa.
❌ Manter a caixa aberta por muito tempo, expondo a colônia ao ambiente externo.
❌ Expor a colmeia a ruídos e vibrações excessivas durante a transferência.
✅ Como evitar:
✔ Fazer a transferência com calma e paciência, evitando movimentos bruscos e impactos na estrutura da caixa.
✔ Manter a caixa aberta apenas pelo tempo necessário, garantindo que a transferência seja rápida e eficiente.
✔ Escolher um local tranquilo para realizar o procedimento, longe de ruídos e perturbações externas.
✔ Oferecer alimento suplementar se necessário, ajudando as abelhas a se restabelecerem rapidamente na nova caixa.
Se a colônia demonstrar sinais de estresse intenso, como agitação excessiva, abandono da caixa ou comportamento desorientado, pode ser necessário intervir para garantir sua estabilidade.
Contudo, a transferência de uma colônia de abelhas sem ferrão é um processo delicado, mas fundamental para garantir o bem-estar e a continuidade da criação. Quando realizada corretamente, essa mudança pode proporcionar um ambiente mais adequado para as abelhas, permitindo que a colônia se desenvolva de maneira saudável e produtiva.
Seguir boas práticas reduz significativamente o risco de estresse, fuga das abelhas ou perda da colônia, garantindo que a transferência seja um sucesso.
A criação de abelhas sem ferrão exige paciência, dedicação e conhecimento. Cada manejo realizado impacta diretamente na saúde e produtividade da colônia, e a transferência para uma nova caixa não é diferente.